Fralda pra quê?

Quando vi o modelito a primeira vez estranhei... "será que serve pra isso mesmo que estou pensando"?

Acho que agora já não restam mais dúvidas... só pra ventilar é que não vai ser!

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Volto a editar o post, após receber um e-mail provando que a idéia original foi brasileira, sendo somente aprimorada pelos chineses:

* caso alguém reconheça o autor da façanha, favor comunicar

Xi'an

Já no avião podia-se notar que estávamos entrando em uma outra China. Quem reclama da barrinha de cereal da GOL, vem pra cá e tenta pelo menos descobrir que raios é aquilo que supostamante deveríamos comer durante o vôo. Eu não descobri. Nem comi. Só não foi mais bizarro do que uma tiazinha na nossa frente, que de dentro de sua sacolinha sacou um suculento carangueijo todo amarradinho, e devorou o bichão!!! Não sabíamos se prestávamos mais atenção na tia lambendo os dedos ou em uma outra estrangeira incrédula ao lado, indignada.

Xi’an tem uma história de mais de 3.100 anos. No lugar de Pequim, é Xi’an a cidade que possui a mais antiga história como capital do Império Chinês, desde 221 antes de Cristo. Pequim tornou-se capital somente em 1421. No avião líamos nosso Lonely Planet, hipnotizados: “2 séculos antes de Roma ser fundada, 5 séculos antes de Buda ser iluminado, Xi’an já era a capital chinesa”. No museu Shaanxi há crânios de míseros 1,15 milhões de anos! O Homem de Lantian foi descoberto nas redondezas da cidade, o que confere à região a honra de ser considerada um dos berços da humanidade. Hoje, Xi’an é um vilarejo de 7,2 milhões de habitantes. Embora já enorme, ali realmente se respira China. E história.

Bell Tower e Drum Tower, no centro de Xi'an.

Na época antiga, quando todas as importantes cidades possuíam muralhas para protegê-las, a capital Xi’an obviamente possuía uma das maiores e mais sólidas. O tempo passou, passou, e continua ela ali, desde o século VI. Linda, imponente. Pois subimos lá, alugamos 2 bikes, e pedalamos por todos os seus longos 14 km (Carla superando todas as expectativas!). Por tanto tempo preservada, ainda sofreu com mais uma amostra da barbaridade humana no final dos anos 30 (do século XX mesmo!), quando uma bomba japonesa destruiu 200m da muralha. O governo chinês concluiu a restauração recentemente.

Ao final da tarde fomos parar no Bairro Muçulmano. Em poucas palavras, uma experiência antropológica. Barraquinhas espalhadas pelas calçadas, cobertas por gaiolas de passarinhos (alimentados em potinhos de porcelana, luxo chinês), e “restaurantes” ao ar livre, muitos de espetinhos de carne, e outros muitos de indecifráveis pratos. O toque especial do churrasquinho é que ali os espetinhos não são de madeira, mas sim de metal. E enferrujados!!!!!!!!!!!!!! E a galera na fila, jantando! Um lugar único no mundo, definitivamente.

O ápice da viagem: Guerreiros de Terracota. Enquanto seguíamos ao seu encontro dentro de uma vanzinha vagabunda, por uma estrada não menos vagabunda, a expectativa era enorme. Pasmo com as histórias da guia, tive uma verdadeira crise existencial. “Como posso ser tão ignorante, não saber absolutamente nada disso?” Durante todos os anos de escola, não me lembro de ter tido uma aulinha sequer sobre história asiática ou do oriente... e por quê, se aqui talvez haja mais história do que qualquer outro lugar no mundo? Peguei um papelzinho e comecei a anotar.

A maior rota comercial da antiguidade entre ocidente e oriente, conhecida como a Rota da Seda, começava em Xi’an. O imperador, pobre coitado, cansado de perder algumas batalhas porque na China existiam somente cavalos muito baixos, enquanto os cavalos mongóis eram enormes, mandou buscar cavalos no ocidente. Em troca, seda e porcelana chinesas (se estes produtos ainda hoje encantam o ocidente, imaginem na época!). Comentário muito pertinente na van: “Toda a rota da seda começou porque o cara só tinha pônei e queria um cavalo”. Bom, com tanto fluxo econômico e cultural com o ocidente, é de se imaginar que o pobre imperador tivesse um ego um tanto quanto gigantesco. E nada melhor do que mandar construir, para guardar seu túmulo e alma para todo o sempre, seu próprio exército. Tudo isso a mais de 200 anos antes de Cristo!

Descobertos acidentalmente por camponeses em 1974, os Guerreiros de Terracota eram nada mais nada menos do que 6000 guerreiros e cavalos em tamanho natural, arrumados em posição de batalha. Cada uma das peças com um rosto diferente, o que leva a supor que são representações do verdadeiro exército da época. A imensa maioria deles, completamente destruída. Efeito do tempo? Não, do homem mesmo (ou seria melhor dizer um animal?). Um general que tomou o poder após a morte do imperador mandou destruir e atear fogo em tudo.

Logo foram fazendo mais buracos (salvem os arqueólogos) e descobrindo mais coisas, inclusive o túmulo do dito imperador Qin, a 1,5 km dos Guerreiros. Ao longo dos 1,5 km, surgiram mais 2000 guerreiros, estes todos coloridos!! Após ficarem debaixo da terra por mais de 2000 anos, as primeiras peças desenterradas perderam a cor ao entrar em contato com o ar. Por isso, a quase totalidade destas 2000 peças aguardam enterradas uma tecnologia que permita preservá-las do contato com o ar. Também foram encontradas peças de figuras “acrobáticas” mais perto do túmulo, que serviriam para entreter o imperador. Já o Túmulo do Primeiro Imperador continua um mistério, inacessível. Ali, espera-se que seja desenterrada em breve uma das maiores descobertas arqueológicas dos últimos séculos.

Quando já não esperávamos mais novidades, eis que um casalzinho começa a nos olhar de longe... risadinhas... e não param de olhar. Pra provocar, bati uma foto dos dois (abaixo, parecem estar olhando para um casal de animais raros). Foi a deixa para o cara chegar mais perto e, num inglês macarrônico: “Can I take a picture with this be-au-ti-ful girl?”. E aponta a Cá. Eu mereço. Pois é, o quanto somos encarados o tempo inteiro, o quanto nos olham com tanta curiosidade, é uma outra longa história. Não faz muito tempo que a China abriu suas portas para o Ocidente. Nós, dos olhinhos não-puxados, ainda somos novidade por aqui!

Deixamos algumas dicas:

Imperdível: Muslim Quarter (prepare seu estômago) e Ópera Shaanxi (ballet Chinês)
Onde ficar: Mercure (ótima localização, barato)
Onde comer: Azur (cozinha internacional, em Renmin Square) ou Defachang (cozinha chinesa, entre Bell e Drum Tower)

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. (...) Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink

FELIZ 4075!!!

XIN NIAN KUAI LE! Assim se diz “Feliz Ano Novo” em Chinês.

Hoje começa o Festival da Primavera na China, a mais importante celebração do país. Segundo o calendário oriental, o dia 18 de Fevereiro deste ano é o primeiro dia do ciclo Lunar, o que significa o início de um novo ano. Enquanto no ocidente estamos em 2007, hoje se inicia o ano 4075 no oriente!!! O Ano do Porco. Diz a lenda que Buda convidou todos os animais para uma festa de Reveillón, mas somente 12 deles apareceram. Agradecido, Buda transformou esses 12 animais em signos astrológicos, conforme sua ordem de chegada à festa: Rato, Búfalo, Tigre, Gato, Dragão, Cobra, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão e, por último, o Porco.

Há semanas temos visto Xangai se transformar. Enfeites e porcos vermelhos por todos os lados, animal que na cultura chinesa representa prosperidade e fartura, muito diferente do significado pejorativo que o coitado tem no ocidente. Valentine’s Day com porquinhos em meio aos buquês foi demais. Não bastasse, ainda surgiram árvores de tangerina (=sorte) e laranjas (=saúde) em cada canto da cidade, lotadas de cartões vermelhos.

Até nossa casa foi contaminada pelo espírito do Novo Ano:

Na véspera da virada, Xangai se tornou uma calmaria total. Este é o período em que ocorre o maior movimento migratório do planeta: o retorno dos trabalhadores chineses das grandes metrópoles para suas províncias no interior do país. Calcula-se que sejam vendidas mais de 2 bilhões (!!!) de passagens durante o feriadão.

A virada do ano sinceramente foi decepcionante. Fomos a um templo budista, um local, dizia-se, muito especial na noite da virada. Devia ser, antes do capitalismo selvagem tomar conta. Estavam cobrando simplesmente US$ 50 a entrada, o que para os padrões locais é absolutamente impensável. Ao invés do espírito do Ano Novo, vimos todas as lojas e shoppings ainda abertos em busca dos últimos clientes. Em contraste, todos os pedintes nas ruas aprenderam a palavra mágica para ganhar alguns trocados: “Happy New Year”. Triste.

Fomos aguardar a chegada da meia-noite em Pudong (região onde moramos), admirando a outra margem do rio toda acesa e com os fogos pipocando por todos os cantos. Fiquei imaginando qual seria a reação da chinesada ao ver dois brazucas fazendo a contagem regressiva e pulando 7 ondas no rio. Mas estava um frio...

Na volta para casa, ruas tomadas, pessoal pirado soltando fogos, quase estourando as janelas dos prédios! 15 minutos depois, tudo era silêncio, tudo apagado.

Mas nós ainda continuamos a comemoração: aniversário da Cá!!! Nosso primeiro jantar do ano foi em um restaurante Chinês. Depois da dificuldade em escolher os pratos, comemos muito bem e ainda recebemos cartões vermelhos recheados de moedas de chocolate (tradição chinesa... pra dar sorte). Parabéns Cá, e Feliz Ano Novo!

E lá estavam elas (ali no fundinho): as tangerinas!

E que venha uma semana de feriadão. Xi'an, aí vamos nós.

Curiosidade do dia

A foto acima é a vista de uma das janelas do escritório da VCP. À primeira vista, nada especial. Assim como outras centenas de quarteirões de Xangai, as antigas casas foram derrubadas e o terreno aguarda o início da construção de mais um super-prédio. Porém, no canto inferior-esquerdo da foto repousa uma casinha, cuidadosamente preservada, intocada pela devastação do quarteirão. Sozinha.

Ali, uma noite, sabe-se lá quando, Mao Tsé-tung dormiu uma (UMA) noite. E a casinha virou patrimônio nacional. Esta foi a história que ouvi dos representantes de uma imobiliária, que nos apresentava em Setembro do ano passado diversas opções para nosso escritório (na época, nosso atual escrítório nada mais era do que uma grande sala vazia). Ainda pensei: “lorota?”. Esta semana, ao receber a visita de uma chinesinha ao escritório, vejo ela toda empolgada a olhar para a casinha, e logo me conta a mesma história. Pois ao final do dia desci para tentar entrar na sortuda casinha. Nenhuma indicação da passagem do famoso personagem por ali. Somente um guardinha. Dele, tudo o que consegui saber foi que 不我你的谁老师毛特屯股日咯送亲常熟上海名片. Ou seja, nada. Mas pelo tom dos "hieróglifos" que saíram da boca do tio, já sei que não é permitido entrar. Continua ali a casinha, intocada.

Sempre me pego pensando: “como pode este povo adorar um tirano, responsável pela morte de milhões, pela fome de outros milhões?”.

Logo, me lembro:
Maluf: deputado federal mais votado do estado de São Paulo e do Brasil
Collor: eleito senador com mais de 500 mil votos
Lula: re(RE!)-eleito presidente da República, com mais de 58 milhões de votos

Estranhos estes chineses não?

E-mail: BAXI

Mandei este e-mail esta semana, mas muitos não devem ter recebido pois as fotos estavam muito pesadas. Deixo arquivado no blog também, com algumas das fotos.

BAXI

Murillo Diniz murillo_diniz@yahoo.com.br

ExibirTerça-feira, 13 de Fevereiro de 2007 23:33:18

Fala galerinha,
Finalmente tomei vergonha na cara e envio notícias...após exatamente um mês de China!!! É incrível como o tempo tem passado rápido! No começo foi tudo uma correria violenta para arrumar um pouco a nova casa e nova vida. Problemas tão simples do dia-a-dia ficam monstruosos quando é impossível se comunicar! Gastamos um tempo considerável tbm para nos equipar para o frio. Nunca tinha passado um frio parecido com isto aqui, tem um corredor de vento Sibéria-China que gela tudo, absurdo!!! Agora estamos já bem instalados, a casa começa a ter cara de lar, e já estamos entendendo como funciona a cidade... apesar de tudo ainda ser muita novidade.

Todo canto que olhamos é uma construção nova, arranha-céus crescendo numa velocidade enorme (final do ano fica pronto o maior prédio do mundo!). Bem da nossa janela pudemos acompanhar a contrução do novo clube do nosso condomínio (musculação, quadra de tenis, etc.). "Novo" pq já tem um!! Um dia contei 45 operários trabalhando ao mesmo tempo. 22h e ainda continuavam uns 20. Ficou pronto em um mês!

Vista de Pudong, Oriental Pearl TV Tower e Jin Mao Tower (prédio mais alto da Ásia e terceiro mais alto do mundo).

O idioma é mesmo a grande barreira e talvez o fator mais estressante. Não conseguir falar sequer ao taxista onde queremos ir é bastante frustrante! Voltar para casa é tranquilo, no começo era só mostrar o cartãozinho com nosso endereço ao tiozinho, e agora até já sabemos falar! Que evolução!!! O problema é sair de casa, pois não temos o endereço de nada. E, quando temos o endereço, ele não está escrito em caracteres chineses, ou seja, não serve pra nada!!! Mas vivendo e aprendendo. Hoje disse ao taxista o endereço de onde queria ir, e ainda o número, e ele me entendeu!!! Oohhh... Fora isso, o metrô é perto de casa e também da VCP, tranquilo.

No geral estamos aproveitando muito, principalmente as compras. Cada dia é uma aventura, no supermercado, no restaurante... "salões de cabeleireiro" no meio da calçada, tiozão escarrando quase no nosso pé todo dia, sendo perseguidos por vendedores de DVD, "shoes", Roooleeexx, bags, e infinitas cositas más. As negociações de preço então, hilário... o desconto aqui no final é de 80% pra mais! Se foi menos, foi mal negócio. E se perguntar o preço, nem que seja só de curiosidade, espere ser perseguido por pelo menos uns 2 quarteirões. "GOODA PRICE, GOODA PRICE" é o refrão! Falando em preço, Shanghai definitivamente não é uma cidade barata. Tudo o que é internacional (roupas, restaurantes, eletrônicos, etc.), é mais caro. Cerveja (long-neck) e refri em qquer restaurante é R$ 10 pra cima... !!! Padrão europeu! Em compensação, tudo que é padrão chinês (leia-se: pirata), é barato, muito barato... Definitivamente, a arte da pirataria foi inventada aqui.

Em relação à comida, já encontramos tudo que gostamos. Não sem antes ter comprado ketchup doce, maionese de abacaxi (!!!), bolachas de café... No supermercado tem desde focinhos de porco, ovos podres, tartatugas vivas, até todo tipo de produto importado (caaaro). Ainda não nos arriscamos a ir sozinhos a restaurantes chineses, mas quando fomos com amigos chineses, foi excelente! Hoje almocei com uns 10 chineses (bebendo cerveja quente, fumando, uma beleza), mas a comida muito boa. Como no Brasil, continuamos nos divertindo muito na cozinha e comendo muito em casa...só faltam os amigos pro almoção ou churrascão de domingo!!! Até a cerveja é boa: Tsingtao.

Há duas semanas começamos nossas aulas de mandarim. Resumindo: insanidade total. Mas em dois anos voltaremos falando (promessa pessoal). Ler e escrever? Huumm, sem chances.

Bom, duvido que alguém ainda esteja com saco pra continuar lendo, empolguei e escrevi demais. Pra quem tiver alguma curiosidade sobre a cultura chinesa e nossas aventuras por aqui, montamos um blog e já escrevemos algumas poucas vezes e colocamos umas fotos: www.cachorronachapa.blogspot.com.

No próximo fds comemoramos aqui o Ano Novo Chinês, e no dia 18 começa o Ano do Porco! E na sequência, uma semana inteira de feriado! Pra quem pensou que não teríamos Carnaval hein? Shanghai está um verdadeiro xiqueiro, tem porco vermelho espalhado pra tudo que é lado aqui! Como chegamos aqui já meio em cima da hora, todas as passagens e pacotes de viagens para fora da China já estavam ou esgotados ou uma facada. Mas as opções eram tentadoras: Bali, Vietnam, Tailândia... Acabamos encontrando passagens para Xi'an, a terra dos Guerreiros de Terracota. A cidade deve ser fantástica, tanto por ser no interiorzão e portanto ter mais "cara" de China (o povo lá não deve cuspir, deve cagar na rua), como também por ter sido durante milênios a capital da China e ter muitísima história! Veremos. Falando em milênios, o Museu de Shanghai merece um e-mail dedicado só a ele! Impressionante.

Muitos abraços.
Saudades,
Murillo

Censura

Tentaram nos enganar. Ao chegar na China, nos deparamos com uma internet lerda, lerda, quase parando. Alguns sites ocidentais inacessíveis. Logo nos esclareceram que o problema havia sido um terremoto em Taiwan, que causou o rompimento de centenas de cabos de fibra ótica que ligavam a rede da Ásia ao resto do mundo. “Tranquilo, logo tudo deve ser normalizado e nos conectamos novamente ao mundo.” O tempo passa, passa, e nada. E concluímos: “a censura da Internet na China existe, MESMO”.

O governo chinês não permite o acesso a sites que contenham palavras consideradas "ofensivas ao regime" ou ligadas a conteúdo pornográfico. É a "muralha da China virtual". A Wikipedia (pra quem não conhece, eu recomendo, uma enciclopédia virtual violenta), foi completamente vetada na China. Fui tentar pela última vez agora e, voilà: “The page cannot be displayed”.

Cooperando com o regime chinês, algumas pequeninas empresas. Microsoft: no sistema de blogs chinês é impossível escrever palavras como liberdade ou democracia. Google: os resultados de buscas na China não incluem páginas da lista negra do Partido Comunista. Yahoo!: o fluxo de mensagens é controlado a partir de palavras-chave, e alguns usuários já foram presos (!!!) após o conteúdo de suas mensagens ser cedido (espontaneamente) às autoridades. O motivo? $$$, sempre $$$. “Se non colabola con chineis, fica fola do melcadinho chineis, né?”. Enquanto os USA lideram o ranking em número absoluto de usuários da internet, com 198 milhões, a China ocupa a segunda posição, com 111 milhões. Estes números representam, respectivamente, 70% da população americana, mas míseros 9% dos chinesinhos. Um potencial de crescimento respeitável aqui, não? Fim de semana passado, enquanto almoçávamos em um restaurante perto de casa, tio Bill investia forte em propaganda:

Enquanto isso, a Wikipedia parece continuar fiel aos princípios de liberdade de informação – e censurada.

OBS: A Anistia Internacional denuncia o governo de 15 países por censura ao conteúdo da Internet: Cuba, Vietnã, Irã, Síria, Arábia Saudita, Burma, Maldivas, Nepal, Coréia do Norte, Zimbábue, Tunísia, Egito, Líbia, Turcomenistão, e o deste singelo vilarejo onde vivemos.

Pé no Oriente!!!

Há exatamente um mês partíamos rumo ao oriente. Finalmente, partíamos. E foi tão simples... nos últimos meses estávamos tão concentrados nos preparativos do nosso casamento, lua-de-mel, em entregar nosso apartamento, arrumar malas, etc. que chegou o dia e simplesmente embarcamos. Um amigo ainda me disse: "quando vocês chegarem lá na sua casa, colocarem as malas no chão, e olharem pela janela, aí sim vai cair a ficha e vocês vão pensar: fudeu!". Marcião, grande profeta!!! Falando nisso, foi essa a vista da nossa janela:

Rio Huangpu.

Bom, na verdade nós embarcamos para Londres!!! Embora estivéssemos carregando malas e mais malas, vir direto pra China significaria mais de 30 destruidoras horas de viagem (quase 24 horas só voando), e essa foi a desculpa perfeita para parar no meio do caminho e rever grandes amigos perdidos por lá!

E nós que pensávamos que iríamos sozinhos até o oriente, acabamos acompanhados por muitos amigos!!! Depois de um passeio de quase uma hora pelo Tâmisa (com direito a ronco e tudo), chegamos a Greenwich, uma cidadezinha muito simpática onde está o Observatório Real de Greenwich. Para quem não lembra mais das aulas de geografia do primário, Greenwich representa o Meridiano Zero, Longitude 0o 0’ 0’’, e divide o globo em Ocidente e Oriente.

Aí está: o primeiro pé no Oriente!!!