Saturday, January 27, 2007

Cachorro na chapa

Ni hao!!! Finalmente resolvemos inaugurar nosso blog. Afinal de contas, hoje completamos duas semanas aqui em Xangai (o ap nem está com muita cara de lar ainda...)!

Quando estávamos “batizando”o blog, a pensar algo que já nos tivesse marcado na China, logo pensamos na comida, e para nós brasileiros nada mais marcante e exótico (segundo a Cá, “aterrorizante”) do que se comer cachorros!!! “Cachorro na chapa”!!! Em Setembro de 2006, quando estive na China pela primeira vez, a cena do chinezinho com uma chapa de hamburgueiro e alguns bichanos na gaiola prontos pro abate (à escolha do cliente) foi algo que me impressionou, e que logo viria a causar a revolta dos amigos que escutavam a história. “Mu e Cá, não vão comer cachorro lá hein?” Logo entendemos que não passa de uma simples (embora enorme) diferença cultural. Enquanto estamos acostumados com o “Totó” andando pela casa, os chineses estão acostumados com o “Chiuaua” na panela, um alimento como qualquer outro (qual a diferença entre carne bovina, suína ou canina?). “A fusão entre o típico rodízio gaúcho e a culinária tradicional chinesa tem se mostrado uma receita de sucesso infalível no mercado gastronômico chinês. Nos novos restaurantes, a tradição gaúcha divide o espaço com especialidades chinesas como a carne de cachorro na brasa” (BBC Brasil.com). Esta semana fomos conhecer um rodízio brasileiro aqui, onde o garçom (brasileiro, gente finíssima) nos indicou um outro restaurante, o Dagama, onde servem o dito cão em cima de um carrinho... fico imaginando o coitado com uma maçã na boca sendo fatiado! Faço questão de ir só pra bater a foto. Na verdade este foi o segundo restaurante brasileiro que fomos. No primeiro, o Latina, além do rodízio ainda rola comida mineira e feijoada.

Já ouvimos muito que na China se come tudo o que se move, e é só entender um pouco do país para saber o motivo. A China sempre enfrentou sérios problemas com áreas de desertos, que chegaram a ultrapassar o total de áreas cultiváveis - a quantidade absoluta de terras cultiváveis é enorme, mas a quantidade per capita é pequena (cerca de um terço do nível médio mundial). No “País do Meio”, tudo o que era possível comer-se, comia-se, e isso acabou por se enraizar nos hábitos alimentares do chinês. Na história recente (anos 50-60), a política do “Grande Salto” de Mao foi uma catástrofe ao tentar coletivizar a produção agrícola, o que gerou uma enorme escassez de alimentos e matou de fome mais de 30 milhões de chineses (considerando os muitos relatos bizarros de canibalismo deste período, por quê não comer cachorro?).

Apesar de tudo, na moderníssima Xangai as opções de restaurantes parecem infinitas. Até mesmo a comida típica chinesa, quando se sabe escolher, é deliciosa. Acho que já ganhamos uns quilos!

2 comments:

Anonymous said...

Ja to ate imaginando os almocos de domingo qdo vcs voltarem, com comida chinesa... eu amo, vou adorar aprender as receitas com a Ca!
bjos, Li

PS: eu levo a sobremesa australiana!

Anonymous said...

Cááá, Mú...

Relembrando...

Que bom enxergar um pouquinho do que vcs estão vivenciando...fico feliz e os vejo felizes tbm!! Tenho certeza que vcs terão uma super experiência aí, riquíssima!!! (torcida é o que não falta!além do que, vcs tem capacidade demais para conquistarem o que buscam!)

AMEI O BLOG...achei até que vcs tem oportunidade de encontrarem-se em outra profissão!rs

Estarei assídua na leitura!!

Um bjo gde, no coração de vcs!!

Déia